Nos últimos dias, muito se falou sobre suplementação. Manchetes chamativas e recortes de programas de TV passaram a ideia de que suplementos “fazem mal” ou “causam excesso”. Mas será que essa é a verdade completa?
Como nutricionista materno infantil, preciso esclarecer: a suplementação, quando feita da forma certa, é uma aliada poderosa para gestantes, bebês e crianças.
Hipervitaminose: quando realmente acontece
Hipervitaminose não acontece com suplementação oral feita da forma correta, na dose certa e de acordo com a necessidade de cada pessoa.
Ela surge quando há uso indiscriminado ou prescrição por quem não tem capacitação adequada.
E vale lembrar: a via oral é muito diferente da via endovenosa.
Além disso, quase ninguém comenta que deficiências de vitaminas e minerais são muito mais comuns e igualmente perigosas.
Nem sempre um prato colorido resolve
A alimentação saudável é a base, mas só um prato colorido não garante ingestão adequada de todos os nutrientes.
O erro não está em suplementar.
👉 O erro está em suplementar sem orientação, sem dose correta e sem individualização.
O que você não viu no Fantástico
Recortes de reportagens mostraram apenas parte da realidade. Dizer que “suplementos fazem mal e só causam excesso” é simplificar demais.
🔎 A verdade é que deficiências nutricionais estão entre os problemas mais sérios de saúde pública no mundo.
Os dados que realmente importam
- A OMS alerta: 2 bilhões de pessoas no mundo sofrem deficiências nutricionais.
- 1 em cada 3 crianças menores de 5 anos cresce de forma inadequada por falta de nutrientes.
- Gestantes têm demandas aumentadas de ferro, ácido fólico, cálcio, vitamina D, entre outros.
Ou seja: o risco de deficiência é muito mais real e frequente do que o risco de excesso.
Como a suplementação deve ser feita
Para ser segura e eficaz, a suplementação precisa ser:
- Baseada em evidências científicas;
- Acertiva, na dose adequada — nem mais, nem menos;
- Individualizada, de acordo com exames e fase da vida;
- Prescrita por profissional capacitado.
👉 A suplementação não é vilã. Ela é uma ferramenta valiosa, quando usada da forma certa.
E o mais importante: nunca substitui uma alimentação saudável, mas complementa quando há necessidade.